Acompanhei pela manhã, os laudos de Radiografias de tórax. A maioria mostrava um padrão normal, com pequenas alterações como espondiloartrose em pacientes mais velhos. O professor comentou que é muito interessante o médico ter a tranquilidade e segurança de dizer que um Raio x de tórax está normal, assim resolvi escrever sobre os passos para avaliação deste exame.
É importante avaliar se o exame foi bem feito! Idealmente, devemos ser capazes de visualizar a
sombra da coluna vertebral apenas nas suas porções mais superiores. Exames onde
a coluna é visualizada na sua totalidade estão muito penetrados. O ideal é que o exame seja realizado em apnéia
inspiratória máxima. Para sabermos se o exame está bem inspirado, devemos ter
de 9 a 11 costelas posteriores projetando-se sobre os campos pulmonares. Para que o exame esteja bem centrado, as bordas
mediais das clavículas devem estar eqüidistantes do centro da coluna. Além
disto, as escápulas devem estar fora do campo; e a traquéia deve estar sobreposta aos processos espinhosos.
Em relação as incidências temos:
* Ântero-posterior: porção posterior do tórax em contato com o
filme; o feixe de raios X entra anteriormente. Como o coração
encontra-se longe do filme, ele é magnificado, dificultando a análise do seu
tamanho e também dos segmentos pulmonares adjacentes (medial do lobo médio e
língula). Realiza-se esta incidência, portanto, apenas em casos especiais,
quando o paciente não consegue ficar na posição ortostática: crianças pequenas
e pacientes debilitados ou acamados. É feita nas crianças menores de 2 anos.
* Perfil: Deve ser sempre solicitada e realizada, juntamente com a
PA. Auxilia bastante na localização e caracterização de lesões. Permite ver o
lobo inferior e a parte de trás do coração. Lobo médio anterior ao coração. Rotineiramente
realiza-se o perfil esquerdo, ou seja, com o lado esquerdo em contato com o
filme e com entrada do feixe pela direita , para não magnificar o coração.
* Ápico Lordótica:
O feixe de raios X entra anteriormente e as costas estão em contato com o
filme. O paciente assume uma posição em hiperlordose, retirando as clavículas
dos campos. Esta incidência tem grande valor para a avaliação dos ápices
pulmonares, lobo médio e língula.
* Decúbito lateral com
raios horizontais: basicamente para diferenciação
entre derrame e espessamento pleural.
* Oblíqua: para melhor localização ou
caracterização de lesões parcialmente encobertas por outras estruturas.
Deve-se sempre ter uma sequencia de avaliação, que fica a critério de cada um, desde que tudo seja visto:
1. Partes
moles: avaliação das mamas, região cervical, supra-escapular, tecido
subcutâneo, abdome superior.
2. Ossos:
coluna, clavículas, costelas, ombros, esterno.
3. Coração:
morfologia e dimensões.
4. Aorta e
artérias pulmonares: verificação de anomalias congênitas e aneurismas.
5.
Mediastino: alargamentos, pneumomediastino, massas.
6. Hilos:
estudo comparativo da morfologia e dimensões.
7. Parênquima
pulmonar: nódulos, massas, consolidações, cavidades.
8. Pleura:
espessamentos, pneumotórax, derrame pleural.
9. Diafragma:
altura, morfologia, estudo comparativo.
10. Seios
costofrênicos: verificar se estão livres; em casos duvidosos realizar decúbito
lateral.
Abaixo duas imagens que mostram didaticamente as principais estruturas cardíacas.
Radiografia de Tórax normal
VCS= Veia Cava Superior, AD= Átrio Direito, AA = Aorta Ascendente, A1= Arco da Aorta, TcAp= tronco da pulmonar, VD= Ventrículo Direito, VE = Ventrículo Esquerdo, AE= Átrio Esquerdo.
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